domingo, outubro 04, 2009

PROJETO PEDAGÓGICO

Princípios pedagógicos

Entendemos que a escola é um serviço à Educação, atuando num campo específico das atividades humanas.
Cabe a escola disponibilizar recursos e condições necessárias para que seus alunos, tendo como ponto de partida a produção cultural historicamente acumulada, possam exercer suas atividades de aprendizagem em conformidade com suas necessidades e em sintonia com a contemporaneidade dos temas e conteúdos surgidos, inclusive, durante o desenvolvimento do processo.
Partimos do pressuposto que a Educação é um processo continuado e permanente de socialização dos sujeitos humanos enquanto pessoas que agem, pensam e se relacionam em sociedade, sendo, cada um, sujeito e promotor da sua própria educação, junto com os diversos coletivos sociais dos quais participa e que atuam também, diretamente, nesse processo educativo.
A contextualização do fazer escolar diz respeito tanto ao desenvolvimento dos alunos, adolescentes, jovens ou adultos, provenientes de uma determinada categoria social de classe de trabalhadores, quanto aos conteúdos a serem trabalhados e experimentados, relativos ao momento cultural no qual se vive.
Tal contextualização, no entanto, não pode incorrer nem na concessão ao reducionismo - com respeito aos educadores, por uma pedagogia de “facilitações”; com respeito aos conteúdos pedagógicos curriculares, por um programa funcional – nem na tentação do imediatismo, de se responder apressadamente ao que hoje se apresenta como as “competências necessárias”.

Desta forma, consideramos como Princípios Pedagógicos comuns a todas as áreas de ensino:

.1. O desvelamento da historicidade dos conhecimentos, das técnicas e das relações instituídas, de tal maneira que as criações humanas sejam percebidas como resultado de relações sociais dadas em cada momento histórico, e que permanecem em constante recriação e reposição a partir de acúmulos, das necessidades e dos interesses em jogo a cada momento.

.2. A afirmação do caráter social, ou socialmente das produções humanas em seus diversos campos, inclusive o dos conhecimentos que, da mesma forma que resultantes de um trabalho socialmente construído, são também apropriados através de sua reconstrução social na experiência solidária da Educação.

.3. A exploração da incompletude intrínseca a todo conhecimento, que diz respeito não apenas a que o aprendizado é um processo continuado que se dá ao longo de toda a vida de cada um, como também que o conhecer não se restringe apenas no âmbito da atividade intelectual cognitiva, mas se estende a todos os âmbitos interligados do sujeito – intenções, pensamentos e afetos. Além disso, toda a produção de conhecimentos diz respeito também a todas as dimensões de cultura humana:

===> COMO TECNIA , OU MODOS DE FAZER;

===> COMO LOGIA , OU MODOS DE PENSAR;

===> COMO NOMIA , OU MODOS DE INSTITUIR RELAÇÕES;


E a todas as dimensões da vida social ou da “cidade humana”, a saber:

O exercício do trabalho e das técnicas que criam e recriam as cidades;

O exercício do pensamento e a produção dos conhecimentos e das artes;

O exercício da cidadania ou do governo das cidades;


.4. A interdisciplinaridade que é a característica de qualquer exercício do pensamento e ação educativa não se põe, portanto, como mero dispositivo mecânico, de superposição de áreas de conhecimentos, e nem de um ponto de vista simplesmente conceitualista . Mas é tomada como condição prévia a qualquer produção de conhecimentos e constitutiva de formação dos sujeitos humanos enquanto trabalhadores, pensadores e cidadãos, que buscam a expansão de sua autonomia como sujeitos sociais e aprofundamento de seus conhecimentos através da pesquisa, experimentação e criação de projetos que venham a contribuir na construção da sociedade.

A opção política – pedagógica da nossa escola é que, através dos conhecimentos até aqui socialmente produzido, possamos desenvolver em nossos alunos a autonomia do pensamento e a descoberta da relação solidária de cada um para a sociedade e o mundo.

Como realizar uma proposta do Projeto Pedagógico

Para desenvolver e fortalecer o trabalho coletivo é preciso instalar condições que são de responsabilidade de todos: professores, diretores, professor coordenador e o próprio sistema de ensino.

Deve-se contar com a iniciativa de todos e a participação e disposição de muitos, mas isto não basta.

A Escola precisa organizar espaço e horário que favoreçam os encontros regulares dos professores e com a colaboração do professor coordenador planejando muito bem esses encontros.

A composição dos grupos, bem como a periodicidade das reuniões HTCs devem estar a favor do trabalho pedagógico que se quer realizar, sem prejuízo para as partes envolvidas, professores e alunos.

A interação entre os participantes não é só o “estar junto”, trocar idéias ou dividir tarefas do dia-a-dia, mas também enfrentar dificuldades e superar divergências. A diversidade de pontos de vista enriquece e amplia a visão particular. Essa relação permite questionar certezas e estabelecer negociações, articular ações. Assim, diminui a resistência às novas formas de pensar, favorecendo a predisposição à mudança. Mobilizando os professores para um trabalho coletivo e postura única.

Quando implantado com sentido definido e um alcance planejado, o trabalho coletivo configura-se, pois, como a instância privilegiada do desenvolvimento social e profissional para cada um dos componentes da equipe escolar e, consequentemente, como gerador de novas idéias, novos projetos. Enfrentar o novo junto é melhor para todos.
Profª Maria Angela Carlovich Vicente

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