quinta-feira, dezembro 10, 2009

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO SUPERIOR

UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO – UNINOVE




ALUNA
Maria Angela Carlovich Vicente








São Paulo
05/12/2009


O presente artigo para finalização do módulo tem o objetivo de analisar e comparar percepções sobre a Avaliação da Aprendizagem dos alunos no Ensino Superior. O resultado do trabalho propor-cionou reflexões acerca dos métodos da avaliação no Ensino Superior.


UNINOVE – UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU
FORMAÇÃO DE DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR - NOV/2009
DIDÁTICA NO ENSINO SUPERIOR
PROFESSORA DOUTORA ROSILEY TEIXEIRA

TÍTULO DO ARTIGO: AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO SUPERI-OR

SUBTÍTULO DO ARTIGO A TRANSIÇÃO DO ALUNO DO ENSINO MÉDIO DA REDE ESTADUAL PARA UM CURSO SUPERIOR EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

AUTOR DO ARTIGO MARIA ANGELA CARLOVICH VICENTE
angelacarlovich@yahoo.com.br

RESUMO:
O presente artigo tem o objetivo de analisar e comparar percepções sobre a avaliação da aprendizagem dos alunos de Administração no Ensino Superior. O resultado do tra-balho proporcionou reflexões acerca dos métodos da avaliação no Ensino Superior, sobre a formação do futuro docente em relação a sua prática avaliativa e a necessidade de envolver os alunos nas decisões do seu processo avaliativo.
Palavras-Chaves: avaliação da aprendizagem; avaliação formativa; processo ensino-aprendizagem.
Abstract:
The objective of this paper is to analyze and compare perceptions on the Assessment of Learning of the students of Administration University. The result of the research highlighted issues related on methods of assessment in teaching in higher education, on the training of future teachers for their evaluation practices and the need to involve students in the decisions of their process of evaluation.
Keywords: teaching evaluation; formative evaluation; process-teaches-learning.

“Ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa sozinho: os homens se educam em comunhão, midiatizados pelo mundo”. Paulo Freire

1. JUSTIFICATIVA:
Como profissional da educação da Rede Estadual de São Paulo, convivo com a preocupação dos alunos do terceiro ano do Ensino Médio quanto ao ingresso e a permanência na universi-dade, em particular ao curso de Administração, o mais procurado por eles.

2. PROBLEMA DE PESQUISA:
Como evitar a infantilização dos alunos com a transposição dos métodos pedagógicos da ava-liação de aprendizagem da Educação Básica para o rendimento acadêmico de um curso supe-rior em Administração?

3. OBJETIVOS:
Identificar e relacionar os resultados da pesquisa em avaliação do aprendizado dos alunos e rendimento acadêmico.
Comparar o rendimento acadêmico do aluno com a nota obtida no processo seletivo, em fun-ção do curso escolhido, Administração.
Entender o comportamento do aluno perante os constantes desafios que este enfrenta no per-curso da vida acadêmica.
Propor uma discussão sobre os aspectos que o leva a esse comportamento.

4. METODOLOGIA
Levantamento bibliográfico sobre Avaliação de Aprendizagem no Ensino Superior.
Buscas em sites acadêmicos de artigos sobre o tema.
Levantamento de pesquisas sobre os alunos que cursam Administração.

5. SÍNTESE DOS ASPECTOS JÁ PESQUISADOS
- Paulo Freire (1996), insiste na "especificidade humana" do ensino, enquanto competência profissional e generosidade pessoal, sem autoritarismos e arrogância. Só assim, diz ele, nascerá um clima de respeito mútuo e disciplina saudável entre "a autoridade docente e as liberdades dos alunos, (...) reinventando o ser humano na aprendizagem de sua autonomia"(p.105). "prática de teoria, autoridade de liberdade, ignorância de saber, respeito ao professor de res-peito aos alunos, ensinar de aprender" (pp.106-107).
- Segundo estudos da Universidade Federal de Santa Maria (2006), convém ressaltar a preo-cupação das grades curriculares em sanar as dificuldades apresentadas pelos alunos ingres-santes, em especial, as disciplinas iniciais (1º semestre), voltadas para o conteúdo do ensino médio e apresentadas sob o ponto de vista do “ensino superior”.
- Pesquisas sobre a busca de alternativas metodológicas para a docência do ensino superior, como ensino por módulos, por projetos etc...
- Antonio Nóvoa (2002) - Portanto, na perspectiva das relações humanas, de riqueza pessoal, da capacidade de trabalho, as expectativas quanto aos nossos alunos ingressantes são favorá-veis e essas realmente é que são importantes e decisivas na formação do futuro professor e/ou pesquisador.

6. COMPOSIÇÃO DO TRABALHO
 TÍTULO
 SUBTÍTULO
 RESUMO
 JUSTICATIVA
 PROBLEMA DE PESQUISA
 OBJETIVOS
 SÍNTESE DOS ASPÉCTOS JÁ PESQUISADOS
 INTRODUÇÃO
 DESENVOLVIMENTO
 CONCEITO
 RESGATE HISTÓRICO E CONSIDERAÕES SOBRE A AVALIA-ÇÃO DA APRENDIZAGEM
 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 BIBLIOGRAFIA
 ANEXOS

INTRODUÇÃO
Análise sobre a avaliação da aprendizagem, mas especificamente a que ocorre no curso de Administração do Ensino Superior, e como toda avaliação apresenta polêmicas e opiniões complexas sobre o essa etapa do processo ensino-aprendizagem e o seu real objetivo. Teóricos, professores, alunos - todos envolvidos no contexto educacional - apresentam suas visões e levantam muitas indagações sobre a prática avaliativa e a veracidade dos resultados obtidos.
DESENVOLVIMENTO
Sob este tema Terezinha A. Rios (2003): A avaliação da aprendizagem escolar se faz presente na vida de todos nós que, de alguma forma, estamos comprometidos com atos e práticas edu-cativas. Pais, educadores, alunos, gestores das atividades educativas públicas e particulares, administradores da educação, todos, estamos comprometidos com esse fenômeno que cada vez mais ocupa espaço em nossas preocupações educativas.
Chega de confundir avaliação da aprendizagem com exames. A avaliação da aprendizagem, por ser avaliação, é amorosa, inclusiva, dinâmica e construtiva, diversa dos exames, que não são amorosos, são excludentes, não são construtivos, mas classificatórios. A avaliação inclui, traz para dentro; os exames selecionam, excluem, marginalizam.
O avaliador é o adulto da relação de avaliação, por isso ele deve possuir a disposição de aco-lher. Ele é o detentor dessa disposição. E, sem ela, não há avaliação. Não é possível avaliar um objeto, uma pessoa ou uma ação, caso a avaliação seja recusada ou excluída, desde o início, ou mesmo julgada previamente. Que mais se pode fazer com um objeto, ação ou pessoa que fo-ram recusados, desde o primeiro momento? Nada, com certeza!
Em nosso entendimento, tanto no Ensino Superior, quanto ao que acontece em graus anteri-ores de ensino, as notas e conceitos são decisivos para a continuidade dos estudos, determi-nando para o sujeito o status de “sucesso” ou de “fracasso” acadêmico, de permanência ou de exclusão do processo escolar, independentemente da adequação ou não dos procedimentos que lhe deram origem.
Tradicionalmente as notas têm representado a quantidade de informações adquiridas pelos sujeitos que aprendem em relação à expectativa do avaliador. É a vigência do entendimento da função meramente conformativa da escola.
Segundo Schön (1997) e Alarcão (1996), a preparação profissional no Ensino Superior tem requerido do sujeito que por aí passa muito mais do que acúmulo de informações, dada a rea-lidade repleta de problemas, incertezas com que se defronta na sociedade atual.
Dificilmente as situações demandam ou são satisfeitas com soluções lineares, definitivas e já elaboradas. Pelo contrário, as novas situações de vida se colocam como desafiadoras de racio-cínios, tomadas de decisão, solução de problemas propriamente dito, exigindo flexibilidade, análises por diferentes ângulos, relações, seleções etc.
Isso posto nos permite compreender que a avaliação centrada nas informações reproduzidas desconsidera desempenhos mais complexos, como os intelectuais, motores, atitudinais etc., que devem ser apreendidos e aperfeiçoados em tempo de formação, relativos ao curso ou car-reira a que se destinam.
Lembramos com Luckesi (1994) que a avaliação educacional escolar, assim como as outras práticas do professor, é dimensionada por um modelo teórico de mundo e de educação, tradu-zido em prática pedagógica, tenha o professor consciência disto ou não. Suas ações têm con-seqüências na relação com seus alunos, na relação deste e de ambos com o conhecimento e extensivamente às situações de vida que enfrentam no seu dia a dia.
Como atuamos no Ensino Médio e no Ensino Superior e vimos focalizando nesses dois níveis de ensino em nossas investigações, sabemos que a maioria dos professores desses dois níveis de ensino não teve em sua formação o preparo ideal para a avaliação na docência. Apenas os oriundos das Licenciaturas é que possuem em seus currículos uma ou duas disciplinas didáti-co-pedagógicas. É bem provável que as dificuldades de avaliação aumentem para os docentes que atuam no Ensino Superior. Os alunos são mais maduros, a maioria tem maior clareza do que deseja, preparam-se para uma profissão. Os professores, muito preocupados com o domí-nio de conteúdo, nem sempre conseguem dar conta dos aspectos pedagógicos de seu trabalho. Daí a necessidade de centrar esforços de investigar seu ensino, refletir sobre ele e chamá-los (os professores) a participar dessa reflexão de diferentes formas.
A avaliação no processo ensino-aprendizagem é um tema bastante delicado.
Possui implicações pedagógicas que extrapolam os aspectos técnicos e metodológicos e atinge aspectos sociais, éticos e psicológicos importantes. Sem a clareza do significado da avaliação, professores e alunos vivenciam intuitivamente práticas avaliativas que podem tanto estimular, promover, gerar avanço e crescimento, quanto podem desestimular, frustar, impedir esse a-vanço e crescimento do sujeito que aprende. Existem efeitos diretos, explícitos e efeitos indi-retos, implícitos (ocultos), que são associados aos processos avaliativos no ensino.
Dentro da perspectiva de integração do que ocorre na escola, entendemos que a prática avalia-tiva é uma das formas mais eficientes de instalar ou controlar comportamentos, atitudes e crenças entre os estudantes, podendo ser positivas ou destrutivas de suas possibilidades de desenvolvimento, pelo poder que encerra e pela importância que tem enquanto mecanismo de inclusão ou exclusão social, através das marcas burocráticas e legais impregnadas na sua utili-zação.
Assim sendo, a avaliação, procedimento do ritual pedagógico, apontam, segundo Camargo (1996), responsabilidades a serem assumidas pela escola junto ao aluno, do ponto de vista escolar e social.
Enquanto a avaliação externa tem sido imposta em nosso sistema educacional, a avaliação que se dá no micro espaço da sala de aula pouco tem mobilizado os docentes para as mudanças qualitativas de suas ações pedagógicas, na maioria dos cursos, a partir dos resultados obtidos. Daí nos preocuparmos com os aspectos pedagógicos da avaliação mais que com os adminis-trativos. Daí nos preocuparmos em saber como se dá a avaliação na Universidade e que efeitos deixam para a vida acadêmica dos alunos.
Um estudo desta ordem tem a finalidade de acrescentar informações para a própria comunida-de acadêmica – professores, alunos e administradores – do que nós professores do Ensino Superior fazemos, em que resultam nossas ações avaliativas reveladas pelos alunos e, à luz da literatura já existente, apontar caminhos para o que podemos fazer em termos de avaliação no ensino, de modo que essa prática seja exercida dentro de seu sentido ontológico, de diagnósti-co para a promoção do desenvolvimento.
Segundo Vasconcellos (2000), o ato de avaliar não pode ser deixado de ser discutido, pois a avaliação é um processo abrangente da existência humana, que implica uma reflexão crítica sobre a prática, no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possi-bilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos (2000, p. 44).
Percebemos assim, que a avaliação tem uma grande complexidade, visto que está permeada de subjetividade do ser humano, e, que acaba interferindo no processo avaliativo e também nos resultados obtidos. Se tivermos uma reflexão da avaliação em suas diversas formas, etapas, modalidades etc. é pertinente. A avaliação da aprendizagem no Ensino Superior também está dentro dessa realidade e, além disso, merece uma atenção, pois poucos autores se dedicaram estudá-la. A restrição dos estudos é muito maior quando se pensa em questionar a opinião do aluno sobre a avaliação da qual eles fazem parte, mesmo sabendo que o estudante é um dos atores principais da educação.
Já, Godoy (2003) ressalta que a sala de aula de graduação é pouco utilizada como objeto de estudo, o que prejudica a reflexão sobre a qualidade do ensino nesse nível da educação; logo isso interfere nas iniciativas para a capacitação dos professores universitários referentes à me-lhoria da didática no ensino do terceiro grau. Já, Hoffmann (1999) ainda observa que o mode-lo que se instala em cursos de formação é o que vem a ser seguido pelos professores que exer-cem o magistério nas escolas e universidades. A avaliação é a reflexão transformada em ação. Ação essa, que nos impulsiona para novas reflexões.
Assim, fica clara a real necessidade de uma dedicação sobre o tema apresentado, visto que uma avaliação aplicada de forma inadequada com estudantes de graduação não apenas lhes prejudica, como, também, atinge os futuros alunos que serão formados por esses universitários. Faz-se necessário uma tomada de consciência de toda comunidade acadêmica a respeito de uma prática avaliativa de qualidade nesse nível de ensino. Para Sordi (2000) a avaliação, como aliada da aprendizagem, parece importante subsídio para qualificar e solidificar as bases do ensino superior e os processos relacionais que neles interferem. Se não investirmos na edi-ficação de um contexto de relevância para que os estudantes se apercebam do significado das experiências concretas e dos conteúdos a que são expostos, dificilmente os teremos como par-ceiros na aventura de conhecer.
A teoria pedagógica dá o norte da prática educativa e o planejamento do ensino faz a media-ção entre a teoria pedagógica e a prática de ensino na aula. Sem eles, a prática da avaliação escolar não tem sustentação.
Caso utilizemos uma teoria pedagógica que considera que a retenção da informação basta para o desenvolvimento do educando, os dados serão qualificados diante desse entendimento. Po-rém, caso a teoria pedagógica utilizada tenha em conta que, para o desenvolvimento do edu-cando, importa a formação de suas habilidades de compreender, analisar, sintetizar, aplicar..., os dados coletados serão qualificados, positiva ou negativamente, diante dessa exigência teó-rica.
Caso a situação de aprendizagem diagnosticada seja satisfatória, que vamos fazer com ela? Caso seja insatisfatória, que vamos fazer com ela? A situação diagnosticada seja ela positiva ou negativa, e o ato de avaliar, para se completar, necessita da tomada de decisão A decisão do que fazer se impõe no ato de avaliar, pois, em si mesmo, ele contém essa possibilidade e essa necessidade. A avaliação não se encerra com a qualificação do estado em que está o aluno ou os alunos. Ela obriga a decisão, não é neutra. A avaliação só se completa com a possibi-lidade de indicar caminhos mais adequados e mais satisfatórios para uma ação, que está em curso. O ato de avaliar implica a busca do melhor e mais satisfatório estado daquilo que está sendo avaliado.
A avaliação da aprendizagem, deste modo, nos possibilita levar à frente uma ação que foi pla-nejada dentro de um arcabouço teórico, assim como político. Não será qualquer resultado que satisfará, mas sim um resultado compatível com a teoria e com a prática pedagógica que este-jamos utilizando.
Assim o melhor caminho para o desenvolvimento, o melhor caminho para a vida. Por conse-guinte, a avaliação da aprendizagem escolar não implica aprovação ou reprovação do aluno, mas sim orientação permanente para o seu desenvolvimento, tendo em vista tornar-se o que o seu SER pede.



RESGATE HISTÓRIOCO E CONSIDERAÇÕS SOBRE A AVALIAÇÃO DA A-PRENDIZAGEM
Para o entendimento do atual processo avaliativo em relação à aprendizagem é necessário fazer um breve resgate histórico sobre a avaliação no contexto educacional. Como estamos tratando mais especificamente da participação do estudante no que se refere à avaliação, vamos apresentar a trajetória histórica da avaliação apresentada por Guba e Lincohn. No início dos anos 90, esses dois autores norte-americanos fizeram uma análise muito relevante e destacaram os cem anos de existência de uma avaliação sistemática. Os autores apresentam quatro gerações na avaliação que iremos apresentar em seguir, vamos destacar a quarta geração, visto que suas características englobam a nossa discussão.
A primeira geração considerava a avaliação como medida e o avaliador têm o papel técnico de elaborar testes previamente validados e de mensurar o que está sendo avaliado. A segunda geração está relacionada à taxionomia dos objetivos. O papel do avaliador é um papel de des-crição, ele descreve critérios e padrões. Ao descrever critérios e padrões ele está preparando o instrumental para comparar o desempenho com os objetivos. A terceira geração passou a con-siderar a avaliação como julgamento. Na educação se revela na idéia de que o avaliador é um juiz e o juiz faz um juízo de valor. Verifica se aquelas ações estão condizentes com uma de-terminada visão de mundo.
Em relação a essas três gerações apresentadas, os estudos de Guba e Lincohn1 fazem a uma crítica desses modelos. Junto a isso, eles trazem a avaliação como um processo de negociação, essa concepção de avaliação faz uma crítica mais específica à terceira geração, pois apresenta a avaliação enquanto julgamento, o que para eles pressupõe um tipo de autoritarismo embutido no processo de avaliação. Ainda segundo os autores a avaliação como um processo de ne-gociação é um movimento novo que caracteriza esse processo de transição e comunicar, ne-gociar são elementos fundamentais nesse contexto atual, afinal todo mundo negocia, cada um tem que negociar no mundo do trabalho, com a comunidade, no espaço familiar e em todas as etapas do processo educativo.
O papel do avaliador é de negociador, por meio de um processo de comunicação, que define previamente os critérios, os objetivos, as estratégias de avaliação que se quer aplicar e para quê. A prática da avaliação da aprendizagem deve apontar para a busca do melhor de cada um dos alunos, por isso é diagnóstica, e não voltada para a seleção de uns poucos, como se comportam os exames. Por si, a avaliação, como dissemos, é inclusiva e, por isso mesmo, democrática. Por ela, por onde quer que se passe, não há exclusão, mas sim diagnóstico e construção.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho nos mostrou que a avaliação da aprendizagem no Ensino Superior precisa de mais atenção, sobretudo que os universitários serão os futuros profissionais e provavelmente vão adotar práticas de avaliar condizentes com as vivenciadas no seu processo de formação.
Pensar sobre o ato de avaliar é uma oportunidade de mudança de postura frente a uma prática avaliativa que muitas vezes tem como principal objetivo medir o conhecimento dos alunos. Assim, para entender que nessa etapa da educação como possibilidade de melhorar a didática na sala de aula e como aliada do ensino-aprendizagem é essencial para transformar o cenário de uma avaliação que tem como finalidade, exclusivamente, fundamental aprovar ou reprovar - Anexo 3.
Tentar amadurecer os egressos com treinamentos e palestras ainda no nível Médio do Ensino Básico, e trabalhar a formação do professor universitário, com parceria entre os dois níveis de ensino, procurando adaptar o aluno ao rendimento que se espera nos primeiros anos do Ensino Superior, anda que no processo seletivo, com assistência das universidades a estes alunos. Para que não afete a evasão dos futuros acadêmicos.
Entretanto, para colocar em prática uma avaliação que ultrapasse essa concepção, faz-se ne-cessário esclarecer o sentido do processo avaliativo para que todos envolvidos na educação possam, também, adotar procedimentos na avaliação que realmente tenham a intenção de cui-dar da aprendizagem do discente. Contudo, adotar uma prática avaliativa diferenciada é um grande desafio, pois não se trata de aplicar uma avaliação desestruturada, é preciso pensar em uma avaliação que cumpra um papel com responsabilidade e que tenha um compromisso com qualidade da educação - Anexo 1. Com base na Avaliação da Aprendizagem no Ensino Supe-rior: Uma Visão do Aluno – UFBA, percebe-se uma distinção de opiniões entre os estudan-tes.
Em Administração, os graduandos levantaram muitos questionamentos em relação ao obje-tivo de avaliar e fizeram crítica ao sistema atual que são avaliados os estudantes. Em algumas pesquisas foi possível perceber que os universitários ainda apresentam visões de uma avaliação utilizada como ameaça e como instrumento de poder. Entretanto, a pesquisa também revelou que os discentes, ainda que timidamente, vêem a avaliação como um recurso a ser utilizado a favor dá educação e apresenta oportunidade do professor refletir sobre sua prática de ensino - Anexo 2.
A carência da formação do professor no terceiro grau em relação à avaliação da aprendizagem foi um ponto destacado na pesquisa, pois prejudica a prática dessa etapa da educação e acaba refletindo em outros níveis de ensino. Essa deficiência é uma oportunidade para aprofunda-mento teórico em estudos posteriores, tornando-se uma possibilidade para reflexão sobre o tema e em paralelo realizar uma avaliação dos componentes curriculares dos cursos de forma-ção de docentes referente ao tema abordado – Anexo 5. Além disso, abrir espaços para discu-tir estratégias de envolver o educando nas decisões da prática pedagógica é uma oportunidade de aliar professor e aluno na busca para melhorar o processo ensino-aprendizagem; para isso é essencial perceber a avaliação como instrumento norteador e que vai auxiliar a caminhada na construção do conhecimento.
Neste sentido, segundo Perrenoud (2000) - Anexo 4 - a avaliação vem se constituindo em um problema, vem excluindo a grande maioria dos alunos do acesso ao saber. Estigmatiza a igno-rância de alguns para melhor celebrar a excelência de outros. É ela quem decide quem conti-nuará estudando, quem estará no mercado de trabalho, ou quem fica no meio do caminho. Acreditamos que pelo contexto apresentado, que nesses sentidos não vem indicando uma compreensão do importante papel que a avaliação formativa desempenha no processo ensino-aprendizagem.
Acreditamos também, que este trabalho contribua para a despertar a necessidade à mudança das formas de avaliar e ser avaliado, em um processo seletivo com um peso tão grande na vida dos adolescentes e do futuro profissional.
Será que nós, professores do Ensino Superior, estamos realmente avaliando os nossos alunos?
Será que não estamos impedindo nossos alunos de percorrer sua trajetória acadêmica em um futuro profissional, numa época como a atual em que ideologia capitalista, neoliberal e ex-cludente, onde se valoriza apenas os resultados mensuráveis, quantificáveis?









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A discussão das gerações da avaliação proposta por Guba e Lincohn foi apresentada na disciplina Avaliação Educacional da Pós-graduação da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia. A Aula foi minis-trada pelo Dr. Robinson Tenório no dia 14 de agosto de 2007.


Referências Bibliográficas
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 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO SUPERIOR: UMA VISÃO DO ALUNO Cristiane Santos Brito – UFBA cristianeufba@yahoo.com.br
José Albertino de Carvalho Lordelo – UFBA jalbert@ufba.br
 CAMARGO, Alzira Leite Carvalhaes. O discurso sobre a avaliação escolar do ponto de vista do aluno. Campinas, 1996. Tese UNICAMP.
 FREIRE Paulo, PEDAGOGIA DA AUTONOMIA - Saberes necessários a prática e-ducativa. São Paulo, Brasil: Paz e Terra (Coleção Leitura), 1996. Coleção Leitura.
 GUBA E G & LINCOLN Y S – Fourth Generation Evolution Sage Publications Thousand Oaks, 1989.
 HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. 15 ed. Porto Alegre: Mediação, 1999.
 LÜDKE , Menga; SALLES Mercêdes M. Q. Porto. Avaliação da Aprendizagem no Ensino Superior. In: Cortez 1998.
 LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. 3.ed. São Paulo
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 MASETTO, Marcos T, Competências Pedagógica do Professor Universitário – Summus, 2003.
 MORETTO, Vasco Pedro. Prova - um momento privilegiado de estudo, não um acerto de contas. 3. ed. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2002.
 NÓVOA, Antonio, Revista Educar para Crescer, 2002.
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 RIOS, Terezinha A., A Ética e docência no Ensino Superior, Cortez, 2003.
 SANT’ANNA, Ilza Martins. Por que avaliar? Como avaliar? Critérios e instrumentos. Petrópolis: Vozes, 1995.
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 UNIVERSIDADE SANTA MARIA: Inclusão Social Através do Processo Equipe de Estudos e Ensino Alternativa – 2006, AUTOR: Altair Carneiro da Luz, Silvia Isaia, Alexsandra Maffei, Taís Lutz max_fisic@yahoo.com.br
 VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação: concepção dialética-libertadora do processo de avaliação escolar. 11. ed. São Paulo: Libertad, 2000.

Um comentário:

  1. Parabéns, Angela! Excelente trabalho de pesquisa e escrita! E eu concordo... "A avaliação só se completa com a possibilidade de indicar caminhos mais adequados e mais satisfatórios para uma ação, que está em curso. O ato de avaliar implica a busca do melhor e mais satisfatório estado daquilo que está sendo avaliado." Um grande abraço, Helena Cooper - 29-05-2015.

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